segunda-feira, 11 de abril de 2011

Doenças intestinais

Embora muita gente não se atente a este fato, os intestinos são órgãos de extrema importância para a manutenção da saúde e bem-estar, já que é através deles que absorvemos os nutrientes consumidos através da dieta e que são utilizados por todo o organismo para manutenção de suas atividades básicas.

Há, no entanto, algumas doenças que modificam o funcionamento intestinal, prejudicando a absorção de nutrientes e provocando o surgimento de sintomas indesejados, que podem comprometer a saúde de forma significativa.

Veja abaixo algumas das complicações intestinais mais freqüentes:

Colite Ulcerativa
Na colite ulcerativa ocorre uma inflamação do intestino grosso (não atinge o intestino delgado), com presença de ulcerações na maioria dos casos. Manifesta-se por episódios de diarréia sanguinolenta, cólica abdominal e febre, podendo surgir em qualquer idade, principalmente entre os 15 e os 30 anos. A colite ulcerativa não tem causa definida, mas acredita-se que a hereditariedade e as respostas imunes hiperativas do intestino são fatores que podem contribuir para seu surgimento.
Os episódios podem ser repentinos e, normalmente, caracterizados por presença de diarréia intensa, febre alta, dor abdominal e peritonite. Em alguns casos, a depender da localização da inflamação, as fezes podem ser normais ou duras e secas. Pode ocorrer também presença de muco e sangue nas fezes. Quando não tratada, a doença tente a evoluir de forma grave, com grande risco de desenvolver câncer de cólon.
O tratamento é basicamente medicamentoso, sendo a dieta uma grande aliada. Esta deve ser diversificada a fim de repor nutrientes perdidos, bem como fornecer quantidade adequada de líquidos, a fim de evitar desidratação.

Constipação intestinal
Trata-se da ausência de defecação, diminuição do volume fecal com eliminação de fezes extremamente sólidas/secas ou, ainda, pela sensação de esvaziamento incompleto do reto após o ato de defecação. Quando o número de evacuações é inferior a três vezes por semana, também caracterizamos o quadro de constipação intestinal.
Sedentarismo, alimentação e inadequada, fatores emocionais, uso de medicamos podem ser algumas das causas da constipação, sendo o equilíbrio da alimentação a peça chave para o seu tratamento. Uma dieta rica em fibras, adquirida através do consumo de alimentos vegetais como frutas, legumes e verduras, além dos alimentos integrais, e a adequada ingestão de água, são, na maioria dos casos, suficientes para regularizar o transito intestinal. Nos casos em que o tratamento dietoterápico não é eficaz, é necessário procurar auxílio médico para que ele possa indicar a terapia medicamentosa mais adequada.

Diarréia
Caracteriza-se pelo aumento do número de evacuações, com perda da consistência das fezes que ficam líquidas ou pastosas. Há diversos fatores que podem ocasionar a diarréia, como alimentação, fatores emocionais, uso de medicamentos e presença de microorganismos através da ingestão de água e alimentos contaminados.
Entre os sintomas estão: ocorrência de fezes aguadas e em maior freqüência, febre, perda de apetite e energia, dor de cabeça, entre outros. Dentre as suas complicações, a mais relevante é a desidratação, observada pela presença de boca seca, lábios rachados, letargia, confusão mental e diminuição da urina e provocada pela grande eliminação de água através das fezes. Adultos sofrem menos com a desidratação, mas este é um quadro grave no caso de bebês, crianças e idosos que se desidratam com mais facilidade. Na desidratação ocorre perda de importantes minerais (sódio e potássio) para o funcionamento do organismo, por isso evitar esse quadro é muito importante.
Quando tratada adequadamente, a diarréia desaparece em dois ou três dias. As principais recomendações incluem: ingerir bastante líquido, principalmente água fervida ou filtrada; não deixar de comer, preferindo alimentos leves e com baixo teor de gordura e açúcar; evite o consumo de alimentos ricos em fibras (durante os episódios de diarréia) e industrializados.

Doença de Crohn
Trata-se de uma doença inflamatória, que pode atingir qualquer região do trato gastrointestinal, mas que acomete, principalmente, a porção final do íleo e o intestino grosso, comprometendo todas as camadas da parece intestinal. A doença de Crohn não tem causa conhecida, mas imagina-se que ela possa estar relacionada ao mau funcionamento do sistema imunológico, a fatores genéticos, dietéticos e à presença de infecções. Manisfesta-se igualmente entre homens e mulheres, normalmente antes dos 30 anos, sendo um fator de risco para o câncer de intestino.
Os sintomas mais comuns da doença de Crohn são: diarréia crônica, a dor abdominal tipo cólica, a febre, a perda do apetite e a perda de peso. Graves complicações relacionadas à doença de Crohn são a obstrução intestinal e a presença de fissuras e fístulas, podendo a inflamação se estender a outras regiões. O diagnóstico é feito através de anamnese clínica e alguns exames que podem indicar alterações intestinais.
Embora não exista cura para a doença de Crohn, o tratamento baseia-se no uso de medicamentos para conter a inflamação. O controle da alimentação, sobretudo no intuito de identificar os alimentos que potencializam os sintomas, é também uma ação eficaz no controle da doença.

Síndrome do intestino irritável (SII)
Trata-se de um distúrbio na motilidade (movimento) intestinal que se caracteriza por episódios de desconforto abdominal, dor, diarréia e constipação (intestino preso), sendo que estes sintomas devem manifestar-se por 12 semanas ou mais durante o ano, consecutivas ou não. Ocorre em maior freqüência na porção do cólon, mas as alterações podem acometer todo o trato gastrointestinal. O diagnóstico é feito pela avaliação dos sintomas e por exclusão de outras doenças intestinais.
A SII ocorre em todas as faixas etárias, em ambos os sexos, mas nota-se uma maior prevalência em mulheres adultas jovens. As principais causas são: distúrbios da motilidade, psiquiátricos e deficiências ou intolerâncias alimentares, podendo haver relação também com o estresse e outros fatores emocionais como depressão e ansiedade. Os principais sintomas incluem: alternância entre diarréia e constipação intestinal, cólicas abdominais, fezes em geral desfeitas e às vezes pastosas, constipação intestinal de 3 a 4 dias e aumento da flatulência (produção de gases).
Corrigir a dieta é uma das ações necessárias para o tratamento e controle da doença, sendo recomendado evitar alimentos que possivelmente podem agravar os sintomas, tais como: gorduras, alimentos que contêm lactose (leites e derivados), sorbitol (adoçantes) e alimentos que o contém, alimentos flatulentos (couve, feijão, repolho, maçã, lentilha, uva, etc.), álcool e cafeína. Quanto à utilização de fibras, esta requer atenção e acompanhamento dos sintomas. As fibras solúveis devem, preferencialmente, ser usadas na melhora da diarréia, enquanto as insolúveis no tratamento da constipação. Na maioria dos casos, o tratamento medicamentoso também é necessário, e deve ter rigoroso acompanhamento médico.

Em qualquer uma dessas situações, a visita ao médico é imprescindível, uma vez que algumas dessas doenças requerem exames minuciosos para o correto diagnóstico. Portanto, se você tem algum dos sintomas descritos aqui, procure um médico o quanto antes e siga todas as recomendações que lhe forem dadas, pois um intestino funcionando adequadamente é fundamental para uma vida cheia de saúde e bem estar.

Um abraço
Equipe Moryba

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